O meu processo

Bom, agora que já está claro o que é o au pair e por que resolvi me meter nessa, vou contar um pouco sobre como funcionou o meu processo.

Como eu já mencionei, decidi optar pelo Au Pair primeiro por ser a forma mais “em conta” de se fazer intercâmbio e segundo porque acho que me encaixo nos requisitos necessários, óbvio.

Quando fiz a inscrição na Experimento no dia 28/03/2011 ainda estava trabalhando, mas saí de lá no dia 08/04/2011. Então, tive tempo suficiente para fazer tudo com calma e me dedicar inteiramente aos preparativos. Considerando desde a inscrição até a data efetiva em que chegarei na casa da família americana, serão exatos 6 meses. É um tempo considerado até curto, levando-se em conta toda a burocracia da coisa. E isso varia MUITO de pessoa pra pessoa. O importante é não ter pressa de embarcar e por isso fazer as coisas “nas coxas”. Faça tudo com calma para não se arrepender e “pastar” depois. Melhor demorar mais para embarcar e passar bons momentos nos EUA do que ir na correria e ter que trocar de família por pura falta de paciência.

Aí vai um pouco do meu processo depois da inscrição na agência:

Passaporte

Para tirar esse documento é preciso pagar um taxa de R$ 156,00 e agendar uma data para ir até um posto da Policia Federal colher as digitais e tirar uma foto. O problema está justamente aí. Dólar baixíssimo, todo mundo querendo viajar pros estrangêro, ou seja, FILA para conseguir agendar a bendita data. Lembro que só consegui o primeiro agendamento para mais de um mês à frente. Era muita coisa, pois não queria atrasar a entrega de TODA a documentação na agência, por causa do passaporte. Aí veio a dica de uma moça que trabalhava comigo na época (secretária executiva da empresa, cheia dos macetes), que era de ficar tentando re-agendar no site da PF. Isso, na pratica, significa ficar o máximo de tempo possível vendo de posto em posto da PF se abria um horáriozinho vago, porque sempre havia alguma desistência, principalmente no início da manhã e no fim da tarde. Só que MUITA gente sabia disso, então as vezes aparecia a vaga para um dia mais próximo, mas não dava nem tempo de concluir o agendamento, e a vaga sumia! Só consegui uma vaga para a próxima semana em Campinas! E como não apareceu outra para nenhum posto mais próximo, lá fui eu em Campinas para tirar o bendito passaporte. E tem que ir duas vezes. A primeira para colher as digitais e foto e a segunda para buscar. Saiu caro esse passaporte viu? Mas tudo bem. Me adiantou um bocado! Fica a dica pra quem quer dar uma adiantada nessa etapa.

Experiência com crianças

Eu e minha amiga companheira de aventura auperzisticas, fizemos nosso “estágio voluntário” juntas numa creche cujos donos são amigos dos meus pais. Eles e toda a equipe de tias foram uns amores conosco! Simplesmente AMEI esse período! Nos apegamos demais às crianças e elas à nós. Foi cansativo, não é nada fácil trabalhar com crianças mas, por outro lado é muito gratificante! De verdade mesmo. Aprendi MUITO!

Outros detalhes necessários

Recomendo o Hospital das Clínicas de SP para quem precisa tomar as vacinas necessárias. Lá, eles têm um Centro de Atendimento ao Viajante ótimo. A única vacina que tive que pagar foi a de Febre Tifóide que estava em falta na rede pública e mesmo particular foi difícil de encontrar...

Depois das vacinas devidamente tomadas, preenchi o formulário médico e pedi para o meu clínico geral assinar. Ele foi um amor, pra variar. Sei que muitas meninas têm dificuldade nessa parte, então é bom comentar sobre isso. Tente ir no seu médico de confiança, que passa a mais tempo ou que é mais "gente boa" com você e vá com tudo preenchido para ele só ter que revisar, assinar e carimbar. Com relação ao teste de tuberculose (PPD) ele só é necessário caso você NÃO tenha sido imunizada antes. É só olhar na sua carteirinha de vacinação. Se já tomou, mesmo quando criança, não precisa tomar de novo, nem fazer teste nenhum. 

Quanto à referencia pessoal, também não tive dificuldades, pedi para minha amiga e meu namorado assinarem, tranqüilo.

Que mais?Ah sim, preenchimento do application on-line da APIA também não tem segredo, é bem auto-explicativo. Mas é bom prestar bastante atenção para não colocar alguma data errada, número de documento, essas coisas.

Muita gente também pergunta se a APIA liga para as referencias para confirmar as informações. Olha, no meu caso, no da minha amiga e no de outras meninas que soube, não ligaram para ninguém. Mas, nunca se sabe né?

A carta de apresentação para a Host Family também me fez queimar um bocado de neurônio e exercitar minha redação em inglês. Fiz e refiz 500 mil vezes e se ler hoje ainda vou querer mudar alguma coisa! Para mim, o problema é que como no meu antigo trabalho era necessário o inglês formal para trocar e-mail com fornecedores, estava muito acostumada a esse tipo de linguagem e tive que buscar o equilíbrio pra não ficar nem formal nem informar demais. Como em qualquer redação, coerência e coesão são sempre bem-vindos. Procurei falar o máximo que pude sobre mim, minha família, minha rotina, o que gosto de fazer, minha experiência com crianças e tentei ser o mais simpática possível. As famílias adoraram!

Outra etapa que demandou bastante paciência foi o vídeo.  Deu MUITO trabalho, foi cansativo gravar e regravar milhões de vezes o mesmo texto sem parecer decorado e em apenas 3 minutos. Não coloquei música de fundo como muita gente faz, porque achei que ia acabar “poluindo”. Melhor simples e natural. Só inseri algumas fotos para ir passando de acordo com o que estava sendo falado. As famílias também elogiaram muito!

Tudo pronto e revisado mil vezes, application entregue, teste de inglês (iTep) feito e aprovado com nota quase máxima. Meu perfil ficou on-line exatas 3 semanas depois.

Em 24 dias, falei com 6 famílias (cujos detalhes serão posteriormente postados) e fechei com a quarta que entrou no meu perfil. Trocamos muitos e-mails, nos falamos 2 vezes por Skype e 1 vez por telefone, troquei e-mail com a atual nanny da família (que me ajudou muito) e fechamos. Foi bem complicada essa fase. Acho que foi a mais tensa para mim.

Considero a escolha da família a mais importante de todas. Afinal de contas, é a partir dessa escolha que se sabe onde vai morar e como será sua rotina.  Por mais que você converse, por mais que você AME a sua host family desde o primeiro minuto, não dá para saber como vai ser sua convivência com eles, não dá para saber como eles realmente são só por contato virtual. Tudo isso você só vai descobrir quando chegar lá e as coisas começarem a acontecer. Tem famílias que são totalmente diferentes do que aparentam e outras não. Assim como nós au pairs, eles também querem vender o peixe deles da melhor forma possível. Então, o máximo que se pode fazer é conversar MUITO antes de tomar qualquer decisão. Perguntar tudo que for possível, todas as dúvidas, por mais tolas que pareçam. Se eles forem realmente legais, não vão se negar a responder.

Bom, match fechado, próxima etapa: visto! Agendei meu visto com bastante antecedência mais por precaução mesmo, pois tinha muita documentação para providenciar. Mas vaga tinha de monte. O visto de intercambio não demora meses como costuma acontecer com o visto de turismo.

A minha entrevista foi no dia 29/07 no consulado de São Paulo. Confesso que fiquei tranqüila, mais do que imaginava e graças a Deus, deu tudo certo. Não precisei mostrar NENHUM documento que levei (e levei tuuuuuudo que possa comprovar meus vínculos com o Brasil). A entrevista foi suuuuper rápida, o cônsul simpaticíssimo e apesar da fila enorme, saí de lá feliz e saltitante querendo gritar pro mundo que o visto era MEEEEEU!! Hahaha Uma semana depois meu passaporte chegou com o visto anexado e tudo mais!

Nesse meio tempo tirei a PID, paguei o restante que faltava para a agência (optando pelo seguro completo), fui aos médicos de que precisava, dentista, comprei algumas coisinhas pra mim e comprei o presente dos hosts esse final de semana. Como estava viajando para Minas Gerais, no caminho achei o presente perfeito: um kit caipirinha da cachaça João Mendes para o host e doces tipicamente mineiros (e deliciosos) para as mulheres! Comprei um pote para a host mom, um para a atual nanny e outro para a LCC. Não tem coisa que gringo mais se lembre ao falar do Brasil do que caipirinha e não tem mulher que não goste de doce (as exceções são raras). Então já que estava passando por lá mesmo, juntei o útil ao agradável e não me saiu nada caro.

Ainda falta comprar os presentes para as 3 kids e para a filhinha da nanny que acabou de nascer. Para a host mom também estou pensando em comprar mais alguma coisinha tipo Natura ou um par de Havaianas mesmo.

Agora estou nos últimos detalhes MESMO. Faltam 26 dias para o embarque. UI!

E esse foi o meu processo de forma BEM resumida. Gente, eu escrevo demais! Até o resumo ficou grande! Affffe!hahaha

Mas enfim, no próximo post vou tentar falar mais sobre a fase de escolha das famílias, que é muitíssimo importante.

Beijo, beijo pessoas lindas e até mais ver!